Desde quando foi dada a proposta desde blog, fiquei pensando sobre o que eu escreveria. Diante da minha dúvida acho que os deuses gregos ficaram com pena de mim (olha o mito!) e colocaram - me diante da pura filosofia.
Tudo aconteceu durante aquela
semana que não teve aula; vim para São Luiz, e foi em uma tarde sem ter muitos
compromissos que me vi encantada com o livro : O MUNDO DE SOFIA. Ouvia as pessoas
falando que era um livro muito bom, porém , nunca me interessei saber sobre o
que falava a história do livro, pensei que fosse a história de uma menina e a
sua vida, tipo "Poliana Moça". Que engano o meu! O livro trata de uma
fascinante viagem à história da filosofia, por quê não dizer "mundo da
filosofia"? Digo mundo, por que agora ao lembrar de toda sua história e
todos aqueles que construíram essa história, parece que tudo aconteceu em um
mundo à parte, pois percebo que hoje no século XXI , não sobrou muitos
vestígios sobre esse mundo encantado da filosofia. Percebo que esse
encantamento, curiosidade e vontade de desvendar os mistérios da natureza e da
humanidade está mais presente nas crianças que nos adultos, pois estes já se
deixaram enfadar, já se acostumaram com tudo, para eles, nada mais precisa de
respostas, é como se o mundo já estivesse totalmente lapidado, sem mais
necessidades de mudança.
O livro fala muito sobre o que
seria a filosofia. O que pude perceber ao longo do livro, o importante não é
tanto saber o que é filosofia, que não se aprende sobre filosofia, você pode
saber sobre a história da filosofia, e que o mais importante é filosofar, e
filosofar também não se aprende, pois filosofar é admirar-se, e ter a
inquietude dentro de si, é não se conformar com as respostas que aprendemos na
escola, que aprendemos, na faculdade. E Descartes mais que ninguém defende bem
essa idéia. As vezes é bom nos despir dos conhecimento e nos vestir da razão, e
não cansar de buscar o que é certo e não duvidar das nossas capacidades de
construir conhecimento.
Falando, ou melhor, filosofando
um pouco sobre as belezas da infância, lembro o quanto eu gostava de ficar
pensando sobre essas coisas, talvez naquela época eu não sabia que era
exatamente um pensamento ou um modo de filosofar, mas sim apenas uma
brincadeira. Lembro de ficar horas no espelho olhando para mim mesmo e
perguntando quem sou eu, se eu mudasse meu rosto será que eu mudaria alguma
coisa? Não lembro de ter tido respostas, mas lembro de sempre me fazer muitas
perguntas. E hoje, se eu encontrasse comigo mesmo? O que será que eu
reconheceria como sendo uma característica que forma a minha personalidade.
Alguns responderia, "Ser um estudante do curso tal" ou ainda
"possuir o sobrenome tal". Essa é uma pergunta muito difícil para
nós, adultos do século XXI, já vivemos tantas coisas, conhecemos tantas
pessoas, e cada uma dessas experiências e pessoas, deixaram um pouquinho delas
em nós, talvez por isso é tão difícil saber na realidade quem somos nós.
Como diz uma sábia frase do
livro : É NECESSÁRIO ACORDAR DO SONO ENCATADO DO COTIDIANO! E acho que além das
muitas coisas que este livro me ensinou, como : quais foram os filósofos da
natureza, onde a filosofia surgiu, quais as teorias e contribuição de cada filósofico.
Este livro juntamente com as aulas de filosofia me ensinou algo que vai além
disso, me ensinou esse despertar do sono encantado do cotidiano, me ensinou a
voltar lá naqueles meus dias em que eu me admirava com minha própia imagem no
espelho. Porém, penso que até as crianças estão sendo contagiadas com
esse sono, com esse conformismo adulto. Vai ai uma tirinha que expressa em
imagens um pouco do que quis dizer aqui.

Nenhum comentário:
Postar um comentário